PMs presos faziam escolta de delator do PCC; polícia ainda não sabe quem é o mandante

Quatorze policiais militares presos em uma operação nesta quinta-feira (16) faziam parte da equipe de segurança pessoal de Vinícius Gritzbach, delator do PCC executado no ano passado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. A polícia ainda não sabe quem é o mandante do crime.

Outro PM também foi preso acusado de ser o autor dos disparos. As prisões aconteceram em uma operação da Corregedoria da PM que mirou agentes suspeitos de envolvimento com a facção criminosa.

O secretário explicou que o suspeito de ser atirador foi preso por um crime previsto no Código Militar (organização de militares para praticar violência) e não pela morte do delator, que segue sendo investigada pela Polícia Civil.

De acordo com Ivalda Aleixo, diretora do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa), que está à frente da apuração sobre o homicídio, já se sabe que o crime foi encomendado pelo PCC. A polícia trabalha com duas linhas de investigação sobre de onde teria partido a ordem para a execução.

Gritzbach era acusado de envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro para a facção criminosa. Na delação premiada assinada com o Ministério Público, ele entregou o nome de pessoas ligadas ao PCC e também acusou policiais de corrupção.

No total, foram presos 15 policiais militares:

 

  • 13 estavam faziam escolta particular de Vinícius Gritzbach;
  • um era um tenente que facilitava as escalas de trabalho para que os PMs participassem da escolta;
  • um é suspeito de ser o atirador.

 

Pelo Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, o exercício ou a administração da função de segurança particular também é classificada uma transgressão grave.

"Um oficial era o chefe que gerenciava a atividade de segurança pessoal ilícita do Vinicius. O outro oficial, que favorecia alguns PMs com suas escalas, dava folga aos policiais e fazia intermediação de escalas para os policiais", explicou o corregedor da Polícia Militar de São Paulo, coronel Fábio Sérgio do Amaral.

Todos estão presos preventivamente por 30 dias e vão responder a processo administrativo, que pode resultar na expulsão da Corporação, e a processo criminal. Eles ficarão no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes.

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